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Campo de Concentração – Dachau, Alemanha

Eu gosto muito de assuntos relacionados à Primeira e Segunda Guerra Mundial. Visitar um campo de concentração sempre foi um sonho para mim. E nesta viagem do final do ano, como a gente estaria em Munique, não tinha como eu perder a oportunidade de conhecer o de Dachau.
Dachau foi o primeiro campo de concentração a ser construído, em 22 de março de 1933, poucas semanas depois de Hitler assumir o poder. Mais de 200 mil pessoas foram prisioneiras em Dachau e mais de 41.500 foram assassinadas lá. Em 29 de abril de 1945, as tropas norteamericanas liberaram os sobreviventes.

Esta Placa do Memorial você encontra ao chegar no ponto de ônibus do campo de concentração.
Esta Placa do Memorial você encontra ao chegar no ponto de ônibus do campo de concentração.

Caminho para o Memorial.
Caminho para o Memorial.

Em 1965, sobreviventes se reuniram e definiram que o lugar seria um Memorial.

O prédio principal ainda se mantém e é onde está a exposição que documenta toda a história do lugar, com objetos, fotos e filmes. Antigamente, nele era feita a inspeção final dos prisioneiros. Eles eram registrados, entregavam seus pertences pessoais, ficavam nus e seguiam para o banho coletivo. O banho era o último procedimento de admissão no campo. Este era o momento onde eles tinham a cabeça raspada, eram desinfectados, tomavam banho e recebiam a roupa de prisioneiro.

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Em frente ao portão de entrada ainda pode-se ver os trilhos dos trens que traziam os prisioneiros.
Em frente ao portão de entrada ainda pode-se ver os trilhos dos trens que traziam os prisioneiros.
A entrada.
A entrada.
A entrada sem o portao que dizia: "Arbeit macht frei.", que quer dizer: o trabalho liberta. Este portão foi roubado em novembro de 2014.
A entrada sem o portao que dizia: “Arbeit macht frei.”, que quer dizer: o trabalho liberta. Este portão foi roubado em novembro de 2014.
Homenagem
Um monumento logo na entrada do memorial, onde diz: “Que o exemplo dos que foram exterminados aqui entre 1933 e 1945 por causa da luta contra o nazismo, se una aos vivos em defesa da paz, da liberdade e em respeito a dignidade humana”.

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A exposição conta toda a história do lugar e do nazismo na época.
A exposição conta toda a história do lugar e do nazismo na época.
Utensílios utilizados pelos prisioneiros.
Utensílios utilizados pelos prisioneiros.

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Neste espaço era onde aconteciam os banhos.
Neste espaço era onde aconteciam os banhos.

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O prédio de manutenção onde está a exposição permanente.
O prédio de manutenção onde está a exposição permanente.
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Este outro monumento mostra o horror passado pelos que alí foram presos. Ele foi inaugurado em 1968 e foi produzido pelo artista iugoslavo Nandor Glid. Glid foi um dos sobreviventes de Dachau.

 

No campo também podemos visitar os dormitórios. Dois prédios com os dormitórios, dos 34 que existiam na época, estão com as camas (se é que podemos chamar de camas) e os banheiros.

Os prédios onde ficavam os dormitórios dos prisioneiros.
Os prédios onde ficavam os dormitórios dos prisioneiros.
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As “camas”.

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Ao fundo, depois do espaço onde ficavam os dormitórios, estão alguns monumentos religiosos e, mais a esquerda, o crematório. Eu, particularmente, não tive coragem de ir até o crematório, nem no bunker e nem na câmara de gás. Emocionalmente eu não tive condições. Já me emocionei ao entrar no campo de concentração, imagina num espaço como este. Talvez um dia eu me arrependa de não ter ir ver estas partes. Mas este assunto me toca muito. Acredito realmente que eu tenha vivido nesta época, em uma vida passada.

Ao fundo uma capela
Ao fundo, um monumento religioso católico. Ao redor também existem monumentos judeus, ortodoxos e evangélicos.

A visita, para mim, foi bem impactante. Fico pensando o ponto que a humanidade chegou, vendo tudo aquilo ali. Bom para refletir.
Este ano, entre os dias 30 de abril e 3 de maio, será comemorado os 70 anos de libertação do campo de concentração de Dachau. Haverá uma programação especial durante estas datas. Para ver com detalhes, clique aqui.

E 70 anos parecem tão pouco pelo horror que foi este período da história mundial. E este tipo de lugar só me faz ter a certeza de que nossas diferenças de raças, credos ou opção sexual não nos tornam melhores ou piores que ninguém. Respeitar estas diferenças é que nos tornam pessoas melhores.

As guaritas ainda estão como antigamente.
As guaritas ainda estão como antigamente.

 

 Dicas sobre o Memorial:

Horário: aberto diariamente das 9h às 17h. Fechado somente no dia 24 de dezembro.
Entrada: gratuita.
Como chegar:

de transporte público: saindo da estação central de Munique (em alemão: Hauptbahnhof), pegue a linha S2, direção Petershausen/Dachau ou Altomünster/Dachau. Até chegar em Dachau são uns 25 minutos. Na estação de trem de Dachau, pegue o ônibus 726, direção Saubachsiedlung e desça no ponto “KZ-Gedenkstätte” (em alemão: KZ = konzentration, parecido com o português. E Gedenkstätte = Memorial).
*Sugiro usar o bilhete do dia (Tageskarten) individual Munique XXL (para a Zona branca + zona verde) que custa € 8,20. Se estiver num grupo de 5 adultos ou 10 crianças entre 6 e 14 anos, podem usar o bilhete do dia para grupo (Gruppen-Tageskarte) Munique XXL (para a Zona branca + zona verde) que custa € 14,80

Linhas de S-bahn e U-bahn.
Linhas de S-bahn e U-bahn.

 

No ônibus que pegamos para voltar à estação de Dachau. A figura de um dos monumentos também estava presente alí.
No ônibus que pegamos para voltar à estação de Dachau. A figura de um dos monumentos também estava presente alí.

– de carro:
O estacionamento fica ao lado do prédio da administração do memorial, a poucos metros da entrada do campo de concentração.
O é endereço:
Römerstrasse Alte, 75
Dachau

Valor do estacionamento: entre os meses de março a outubro € 3,00 / entre os meses de novembro e fevereiro, o estacionamento é gratuito.

Para quem quiser acessar o site do Memorial, clique aqui.

 

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11 comentários

  1. Lindo post Ana e muito emocionante. Minha opinião a respeito do que aconteceu é exatamente igual a tua. Uma pena que ainda existam muitas situações similares no mundo, como o EI e muitos outros exemplos…. Triste!
    Bjão

  2. Olá Ana, vou para Munique em outubro e já estou “viajando” pelo seu site!!! Tenho interesse em visitar o campo de concentração e gostaria de saber se recomenda comprar antes o bilhete que sugeriu ou na hora mesmo. Ah, e você já esteve na Alemanha em outubro? è muito frio? rs rs abraços!!!!

    1. oi Tatiana, a entrada no campo de concentração é gratuita. E sobre o tempo, fica difícil dizer. Mas em outubro está mais para frio do que calor. Sugiro vc acompanhar por algum app ou site de meteorologia. Abraços e uma boa viagem para vc.

  3. Ana, que post incrível. Sua sensibilidade me emocionou… Viajei com as fotos e fiquei ainda mais ansiosa pela minha viagem a Munique em outubro.
    Agradeço pelas informações detalhadas – está tudo em meu bloco de notas e certamente facilitará minha ida e de meu namorado até Dachau.

    Parabéns pelo blog e obrigada mais uma vez!

    Um abraço,
    Tairine.

    1. Oi Tairine, fico feliz que os posts tenham lhe ajudado.
      Aproveite Munique. Eu gostei bastante da cidade, tanto que quero visitá-la novamente!
      Abraços e boa viagem!!!
      Ana

  4. Olá Ana
    Já andei tanto pelo seu blog que até tive que pensar como cá vim parar 🙂 e foi aminha procura de mercados de natal… colmar… e campo de concentração 🙂 identifiquei-me muito com a sua descrição 🙂 adoro viajar, cozinhar e tenho uma espécie de fixação pela história da 2a guerra mundial, e os campos de concentração, depois do Brasil penso que é o local que eu mais quero conhecer, auschwitz e birkenau, este também, mas os outros tem mais impacto.
    Adorei o seu blog, vou segui-la no Facebook para vir checar outros posts que não consegui ver tudo 🙂
    Parabéns pelo blog e continue que eu venho cá ler 🙂
    Beijinhos

    1. Oi Alcina, que alegria saber que gostou do blog. Sobre os assuntos sobre as grandes guerras, é tanta coisa que têm pra ler e visitar, né? Eu gostei muito de Dachau. Era um sonho conhecer este lugar.
      Beijos