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Viagem do Leitor: Jordânia, por Adriane.

Oi Ana, muito obrigada pelo convite de escrever para o teu blog. Eu me senti muito honrada! Sou super tua fã. Adoro as tuas dicas!

Jordânia era um sonho antigo. E o sonho comecou quando descobri que aquele palácio na pedra, a Câmara do Tesouro que vi no filme do Indiana Jones e a Última Cruzada, existe e se chama Petra. Da descoberta até a viagem demorou um pouco, mas finalmente em 2014 realizei o meu sonho e fui até lá. E que lugar incrível!!

Já tinha pesquisado bastante sobre a Jordânia, mas sempre ficava em dúvida como organizar a viagem. Foi então que resolvi ir com um grupo, mas não qualquer grupo. Era um grupo de amantes da fotografia. Em alemão esse tipo de viagem chama-se Fotoreise. Isso quer dizer que, além do guia, vai um fotógrafo com o grupo. Ele ensina as técnicas de fotografia, o melhor ângulo, a melhor luz, te leva para os melhores lugares para fotografar. E principalmente, você tem tempo para fotografar!  O bom é que o grupo tem o mesmo interesse, a fotografia. E foi bem divertido! Brincamos bastante com as nossa câmeras e tiramos fotos incríveis!

A viagem durou 10 dias. Começamos indo em direção de Jerash, mas como nosso grupo não era um grupo comum, passamos por uma feira livre onde os turistas geralmente não vão. No começo tive receio, mas foi pura bobagem porque fomos recebidos com sorrisos. Todos queriam posar para nossas lentes. Uma verdadeira festa! E claro, aproveitamos para comprar uns quitutes que só as feiras livres tem.

Depois seguimos para Jerash, que fica a 40km da capital Amman. Em Jerash visitamos as ruínas da era romana. O lugar é enorme e por isso não tivemos tempo de visitá-lo por completo (perdemos muito tempo na feira). Acredito que precisa pelo menos um dia para visitar e apreciar o lugar inteiro. Para quem é fã de história, gosta de saber onde Jesus esteve, esse é um lugar que não pode deixar de visitar.

Jerash
Jerash

Jerash
Jerash

Depois de um almoço num lugar bem turístico, fomos para Amman. Aqui também, infelizmente, não tivemos muito tempo para conhecer. Conseguimos visitar só o mercado local, onde tivemos uma descoberta interessante: uma ala completa com homens na máquina de costura que adoram ser fotografados. Não entramos em Cittadel (a antiga cidade de Amman), por um discuido do nosso guia.

Amman
Amman
Area dos costureiros - Amman
Area dos costureiros – Amman

No segundo dia fomos a caminho do mar morto. Eu já havia visitado o mar morto pelo lado de Israel e achei o lado da Jordânia super turístico. Há muitos hotéis e piscinas. E por causa disso no lado da Jordânia é dificil de encontrar placas de sal ou mesmo o “lodo” típico do mar morto. Mas a visita é sempre uma festa. Flutuar no mar morto é algo indescritível! Eu adoro e super recomendo! Eu nunca tive coragem de provar a água, mas dizem que além de super salgada, claro, tem um gosto horrivel! Quando estiver lá, mesmo sem lodo para passar no corpo, não esqueça de pegar um pouco de areia e fazer um pelling. A pele fica maravilhosa! E caso ache o lodo, nunca, mas nunca passe no cabelo.

Mar morto do lado da Jordânia.
Mar morto do lado da Jordânia.

Neste mesmo dia visitamos também Karak, uma fortaleza em ruina e Madaba, a cidade dos mosaicos. Fomos também no Monte Nebo, citado na Bíblia como o local onde Moisés avistou a terra prometida e por onde morreu (Em dias claros é possível ver Jerusalém do Monte Nebo. Pena que o tempo não ajudou quando estivemos lá).
No caminho vimos uma família que estava colhendo azeitonas. Paramos e perguntamos se poderíamos fotagrafá-los. O pai, nos serviu café com cardamomo (uma espécie de gengibre), feito ali mesmo debaixo das árvores. Só que eu, particularmente, não gostei muito. Alguns alemães que estavam no grupo adoraram, tanto que  até compraram café com cardamomo para trazer para casa. Há gosto para tudo neste mundo.  O dia foi bem corrido.

Café com cardamon.
Café com cardamomo.

No dia seguinte, seguimos para Petra, pegamos a King Highway, mas infelizmente no caminho pegamos tempestade de areia e não conseguimos contemplar a paisagem na sua plenitude. Neste dia passamos particamente o dia todo viajando. Parando ali e aqui para fotografar pessoas, paisagens e animais.

Petra.
Petra.
Petra.
Petra.
Dificil de acreditar que eu estive lá.
Dificil de acreditar que eu estive lá.

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No quarto dia finalmente chegou o momento de visitar Petra, uma cidade criada pelo povo nabateus. Na noite anterior tinha chovido! E que sorte esta chuva nos trouxe, pois as cores das rochas ficaram surreais por causa do constraste de tons.

O  que vemos no filme do Indiana Jones é somente 1% de Petra. Uns dois a três dias são necessários para visitar toda a área com calma, sem precisar da ajuda de um camelo ou de um burro. Em Petra, sapatos super confortáveis e uma boa condição física são importantes. Mas caso as pernas não aguentem, há sempre um burrinho ou um camelo para nos dar uma carona. Não esqueça de sempre negociar o preço antes. Nunca aceite o primeiro valor que te oferecerem.

Da entrada principal onde se compra os ingressos até a famosa câmara do tesouro são uns 45 minutos de caminhada. A gente não chegou nem na metade. Depois o penhasco se abre e temos uma vista espetacular de vários palácios, inclusive um pequeno anfiteatro.  Para ir ao monastério é perna para que te quero!  Você sobe uma hora por uma escadaria sem fim, mas a subida vale a pena. O lugar é incrivel! Sempre me pergunto como um povo conseguiu construir um lugar como esse há tanto tempo sem muita tecnologia. Depois de descer uma hora,  já estava escurecendo.  Eu rezei para ter um burrinho esperando por mim, porque minhas pernas não aguentavam mais. Tem gente que aluga um burrinho para subir e descer, mas vimos alguns burrinhos parando no meio do caminho e a pessoa teve que descer e continuar a pé e mesmo assim pagar pela viagem. Então atenção!

Depois de vários degraus, o Monasterio - Petra
Depois de vários degraus, o Monasterio – Petra

Não deixe de parar e um dos vários pequenos cafés para uma pausa. Foi num deles que aproveitei para experimentar a verdadeira esfirra. Foi neste momento que tivemos mais contato com os árabes e acabamos rindo bastante. Oh povo que sabe contar história!
E uma curiosidade: os homens passam kajal nos olhos e ficam parecidos com o Jack Sparrow, do filme Piratas. Um deles convenceu o meu marido a passar o kajal. Eu adorei o resultado! A razão deles passarem “maquiarem” os olhos é para protegerem esta região do rosto de tempestades de areia. Só que hoje em dia os mais jovens usam mesmo para realçar a beleza dos olhos. E alguns ficam mesmo realmente muito bonitos! Como meu marido. :p
E em um café, um árabe me ofereceu 5 camelos pelo meu marido. Ele queria levar o meu marido para a mãe dele!!! Depois de rir muito com a situação, não aceitei a oferta. Achei que a oferta não foi tão tentadora assim.

À noite fomos ao Petra by Night, que é um evento onde o caminho da entrada principal até a câmara do tesouro é todo iluminado por velas. Um experiência e tanto! Assistimos uma apresentação de música na frente da câmara do tesouro, onde sentamos em colchões e nos serviram chá. O nosso fotógrafo achou essa apresentação tediosa, mas eu curti demais!

Petra by Night.
Petra by Night.

No sexto  dia nossa grande aventura estava para chegar. Antes de seguimos rumo a Wadi Rum, visitamos Little Petra que  não é nada espetacular. Lá foi rapidinho. Entramos, tiramos fotos e logo saímos. No caminho para Wadi Rum paramos no museu do Lawrence da Arábia. O museo é pequeno, mas bem interessante.

Ficamos 4 noites em Wadi Rum. Para mim foi tempo demais, mas foi legal dormir em tendas no meio do deserto. Não tínhamos luz, só o céu estrelado todas as noites. Usufruímos de uma vida simples, quase como a dos beduínos. Só não curti a poeira e o banho rapidinho que tivemos que tomar!! Como as noites são bem frias no deserto, dormíamos em sacos de dormir que havíamos levado e com roupas de lã.

Acampamento de beduínos.
Acampamento de beduínos.
Wadi Rum
Wadi Rum

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Todas as noites antes do jantar, sentávamos juntos em volta da fogueira para tomarmos café e conversarmos.  Nessas conversas, descobri que um dos nossos guias dorme simplesmente ao ar livre. Ele precisa somente de um colchão e uma manta para dormir. Eu imagino que ele nunca conseguirá morar em um lugar apertado com muito barulho e muita gente.

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Durante o dia visitamos muitas formações rochosas e os poucos oásis/cisternas construídas pelo povo Nabateu, em Wadi Rum. No deserto tudo que se pode fotografar é pedra, mas mesmo assim o deserto me facina, as cores, a forma como a natureza se comporta, a grandiosidade do lugar.

Andamos também de camelo, mas como a experiência não foi tão empolgante, eu vou passar essa parte. :p

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Eu era a única brasileira no grupo e de cabelos escuros. Meu colegas de viagem me colocaram como modelo de mulher árabe. Então nosso guia beduíno e eu fomos fotografados como se fossemos um casal. Eu me diverti horrores! Difícil foi conseguir tirar uma foto onde eu não estou morrendo de ir.

Posando de modelo.
Posando de modelo.

A viagem foi muito boa, o nosso grupo foi muito bacana, talvez por temos a fotografia como paixão. Foram muitas situações engraçadas, apesar de ser corrido. Nosso roteiro deveria ser cumprido e por isso foi meio rápida a passagem por alguns lugares.  Eu gostei da experiência da Fotoreise (viagem destinada a quem é amante da fotografia) e adorei a Jordânia.

Jordânia é um pais lindo, cheio de contrastes, onde a tradição anda junto com o moderno. As pessoas são simpáticas, sorridentes e adoram ser fotografadas. Mas sempre as pergunte antes de fazer isso.

Tradição x modernidade
Tradição x modernidade

Um país que vale a visita! E claro, Petra é um capítulo à parte!

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6 comentários

  1. Olá Adriane,
    Muito obrigada por compartilhar esta maravilhosa experiência e as dicas. Eu também tenho o sonho de conhecer a Jordânia. Aos 15 anos tive a oportunidade de estar lendo uma revista que tinha algumas fotos deste país. Desde então, venho lendo e acalentando a idea de viajar para a Jordânia.