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O lixo no lixo

O que gostei muito daqui, desde que cheguei, foi a coleta seletiva de lixo. Na verdade ela dá um trabalho para nós, mas acho bem legal o que eles fazem. Primeiro, os lixos precisam ser separados por nós, moradores. Separamos as garrafas PET, as garrafas de vidro, latas de alumínio, o papelão e o orgânico. Para descartarmos as garrafas PET, os vidros e o alumínio existem pontos de coleta, como no mercado ou nos bombeiros. Os vidros precisam também ser separados por cor: branco, marrom e verde. As garrafas PET separamos as que são de sucos e refrigerantes das que são de leite.

O papelão é coletado pela prefeitura. Porém, as coletas não são feitas todos os meses e isso significa que precisamos “guardar” em casa o lixo. Para o dia do papel, como chamamos, temos que separar o papelão do papel. Caso isso não seja feito, ele não é recolhido. Isso já aconteceu comigo e quem recolhe ainda deixa um recado dizendo o motivo pelo qual não o levaram.

separando o papel do papelão
e precisamos amarrar também

Para o lixo orgânico existem sacos especiais. São plásticos que se decompõem e por isso não podemos usar outro saquinho para colocar os restos de alimentos. Claro que já vimos saquinhos de mercado no lixo orgânico do prédio, mas ecologicamente não adianta nada.

As sacolas de mercado também são retornáveis. Existem as sacolinhas, mas são muito pequenas e finas que não se consegue colocar muita coisa nelas. Há sacolas de papel que o mercado oferece, mas precisamos pagar por elas (custam 30 centavos de franco). Estas nós usamos quando esquecemos as retornáveis em casa.Por isso, todo mundo aqui tem sua sacola retornável. Os mercados vendem e também são oferecidas como brindes por algumas empresas. No Brasil, eu lembro que eram vendidas com preços altos demais para serem sacolas ecologicamente corretas. Aqui elas são super baratas.

sacola retornável

Para o lixo que não é orgânico, nem vidro, nem PET, nem alumínio, nem papel e papelão, colocamos no saco de lixo azul que é vendido pela prefeitura. É através da compra dele que pagamos a taxa de lixo. Ele é vendido nos mercados e pode ser encontrado em vários tamanhos (nós compramos o de 35 litros e 10 sacos custam 21 francos). Uma forma justa de pagar o imposto. Quando mais lixo você produzir, mais você paga. E não podemos colocar o nosso lixo para recolhimento se não estiver neste saco azul. Mas todos seguem a regra. Neste caso não temos “infrações”.

o saco de lixo azul da Prefeitura

Se alguém perguntar sobre o lixo do banheiro, digo que para o número um e número 2, o papel higiênico é colocado na privada. O resto coloca-se no lixo, que irá para o saco azul.
Todo início de ano, a prefeitura manda pelo correio o calendário de recolhimento dos lixos. Nele também podemos saber como e onde descartar todo o tipo de lixo.

Papel e papelão esperando para serem coletados
Calendário do lixo, enviado pela Prefeitura.

Ontem foi a coleta de papel/papelão. Foi a última do ano, agora só em 2011. Como é sempre num sábado pela manhã que o pessoal passa para recolher, na noite anterior já começamos a colocar na rua o lixo. A gente não sabe o horário que eles passarão na nossa rua, por isso antecipamos para garantir que os papéis serão levados.

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0 comentários

  1. Puxa vida, e eu achando que Curitiba era a Capital Ecológica!!! Mas, Ana, só uma dúvida: com relação ao papel higiêncico, aqui no Brasil temos a consciência de que esse tipo de lixo, além de entupir o encanamento, demora para se decompor. Como a Suíça resolve isso?

    Outra coisa: as sacolas retornáveis, pelo menos aqui em Curitiba, estão com preços mais acessíveis agora. Porém, a consciência do povo brasileiro ainda não mudou com relação às sacolinhas do supermercado. Alguns aceitam levar suas compras em caixas de papelão, mas a maioria ainda as carrega em várias sacolinhas de plástico.

    Beijo, estou adorando o seu blog!!

    1. Oi Carol…..sobre o papel higiênico, aqui nunca entupiu. Às vezes ele fica boiando, insistindo em ficar nas superfície (hahaha), mas depois vai embora. Nunca tivemos problema. Acho até que o papel higiênico daqui é feito para se jogado na privada. Pois em todos os banheiros são assim, não importa o lugar. É cultural mesmo!

      Já a sacola retornável é básica por aqui. Todo mundo tem e se não tem, possui o carrinho de compras. As sacolinhas nem são usadas praticamente. Nem as que servem para colocar as verduras e frutas. Já vi várias pessoas pesando cada verdura, fruta e depois coloca tudo numa mesma sacolinha e cola os papéis do valor e peso tudo nesta sacola. Aqui também, quem pesa as frutas e verduras somos nós, os clientes. E somos nós também quem tem que recolher as compras, pois não existe “ponta de caixa”.

      Beijão!!

  2. Essa história do lixo me chamou muita atenção mesmo! A meu ver, a Suíça está anos-luz à frente do Brasil nesse aspecto. Sabe que no último domingo, o Fantástico mostrou uma matéria sobre lixo e mostrou Caxias do Sul como exemplo, em função do sistema de recolhimento, que é o mesmo que tem na Itália e em outros países da Europa. Além da seleção de lixo seletivo. Mas mesmo assim, ainda há muito a aprimorar. Sabe que me dá uma dó danada quando vou para praia, por exemplo, e sequer tem separação do lixo seletivo, é reciclável junto com orgânico, uma lástima… Aliás, me pergunto em que as prefeituras das cidades litorâneas investem seu dinheiro e tempo… É brabo isso daí, tchê!

    1. Olha Pri…realmente aqui eles possuem uma coleta seletiva muito boa. Claro que tem pessoas que às vezes não colaboram, mas a maioria faz o trabalho certinho. E acho muito justo nós temos um certo “trabalho” de separar o lixo e juntar os papéis antes, pois somos nós mesmo que fazemos esta sujeira toda, né? Concordo contigo em relção às prefeituras que ainda não implantaram a coleta seletiva nas cidades. Mas outra coisa muito importante é a conciência do povo em relação à separação do lixo e até mesmo de colocá-lo na lixeira. Não é só problema das chuvas as enchentes nas cidades. A população também tem sua parcela de culpa, sujando a rua e por consequência, deixando os bueiros entupidos. Mas….quem sabe as coisas começam a mudar. Caxias é um exemplo!!